sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O amor

Eu pensava que o espaço vazio que sentia tinha desaparecido, mas acabou por voltar e tem muito mais força do que tinha. Os ventos de oeste levaram-te para os desertos quentíssimos do sul de África e tu foste entrelaçado nas pequenas pedras que constituíam a terra húmida. Deixou-me triste, desanimada, incolor, gélida, ver-te a partir para longe de mim. O meu sexto sentido começava a funcionar e pela primeira vez senti que nunca irias voltar para me ver uma última vez, senti que nunca mais iria tocar nas tuas mãos quentes e grandes que me aconchegavam todos os dias em silêncio, ou então aqueles braços que me abraçavam quando estava prestes a sentir os teus lábios. Conhecia as tuas mãos como ninguém, conhecia todos os teus traços.
O amor bate-me à porta quando menos espero e o mais inacreditável é que estou sempre desprotegida e nunca estou preparada. Os meus desejos? Apenas tenho um e esse era arranjar uma embarcação pequena para ir atrás do teu rasto porque eu não estou preparada para seguir em frente sem o teu apoio e carinho, eu preciso de ti para me sentir quente e com força. Este amor tentou ensinar-me um caminho para o futuro, mas este está demasiado desorganizado para se conseguir atravessar.

5 comentários:

Celinha disse...

Primeiro texto de 2010.
Eu tenho 22 anos e andava a pesquisar blogs com textos deste género e encontrei este e tu consegues descrever nestes textos exactamente o que estou a sentir neste momento. É provável que sintas o mesmo que eu e eu juro, estes teus textos encaixam-se tanto comigo, nem imaginas. Acho que consegues transmitir todos os sentimentos e eu amo os teus textos. Obrigada por me fazer feliz neste momento, obrigada por fazeres estes textos que me dão vontade para voltar a tentar!

Kika disse...

O amor é uma coisa inexplicável ..

Fátima disse...

Brutal.

Beijinhos da Fátima.

Ana disse...

Onde ganhas tu inspiração ?

Anónimo disse...

Cátiaaaa, abusadamente lindooo, assério (L'



Rita.